Saber escolher boas ações para investir é fundamental. Depender exclusivamente da opinião de terceiros em relação aos seus investimento com frequência se mostra uma péssima decisão.
Hoje em dia temos uma infinidade de analistas, casas de análise, corretoras, bancos e influenciadores digitais, que a todo momento recomendam a compra e venda de ações aos seus clientes. Mas será que seguir cegamente a opinião desses especialistas é a melhor decisão a ser tomada? Será que a opinião desses especialistas não está enviesada por um interesse maior por trás?
Por exemplo, um banco jamais recomendará aos seus clientes que invistam em um fundo de ações de um banco concorrente, mesmo que este concorrente possua um histórico de rentabilidade muito superior. Uma corretora provavelmente vai incentivar seus clientes a seguirem carteiras recomendadas que mudam toda semana (ou até mesmo todos os dias), obviamente visando um elevado giro entre posições e ganhar com as taxas de corretagens que esse giro lhes proporcionará.
Dito isso e com tanta informação disponível hoje na internet, é fundamental que o investidor de sucesso saiba ao menos interpretar essas recomendações, de modo a ser capaz de separar o joio do trigo e escolher boas ações para investir, para não apenas seguir cegamente a recomendação de um influenciador ou de um analista, mas sempre buscar tomar a melhor decisão de investimento.
Aprenda a calcular e interpretar o maior número de indicadores possíveis
Para começar a identificar boas ações, é fundamental possuir ao menos conhecimentos básicos sobre contabilidade. Métricas e múltiplos de valuation, rentabilidade, eficiência e endividamento são excelentes para passar uma boa noção dos números de determinada ação e não são complicados de se calcular ou interpretar.
Saber interpretar alguns indicadores como por exemplo Preço Sobre Lucro (P/L), Lucro por ação (LPA), Peg Ratio, Dividend Yield e ROE podem te separar de um investidor passivo para um investidor que possui capacidade de tomar sua própria decisão de investimento e sabe como identificar boas ações.
O Preço Sobre Lucro (P/L), por exemplo, vai te dar uma ideia se determinada ação está cara ou barata. Quanto maior o P/L, mais cara está aquela ação e quanto menor, mais barata ela está.
Mas cuidado: não analise o P/L de forma isolada. Compare-o com o P/L de outras ações semelhantes a que você está analisando. Por exemplo: compare o P/L da Sabesp com o da Sanepar, ou o P/L do Itaú com o do Bradesco. Nunca compare o P/L de uma ação com o de uma ação de outro setor.
Já o ROE é um indicador de desempenho. De maneira resumida, o ROE serve para medir a relação do lucro líquido gerado em um determinado período de tempo em comparação com o patrimônio líquido de uma empresa (passivo – ativo). Quanto maior o ROE, melhor. Assim como no caso do P/L, compare o ROE de ações do mesmo setor, para saber qual delas é a mais eficiente em relação ao seu patrimônio líquido.
Sabendo analisar ou interpretar estes e outros indicadores (quanto mais melhor), você estará apto a saber identificar boas ações e boas oportunidades de investimento que podem lhe render muito dinheiro.
O que torna uma ação boa
Este é um conceito bastante subjetivo. Geralmente, uma ação boa é aquela que ao longo dos anos consegue sempre se aprimorar e gerar cada vez mais retorno ao seu acionista. Mas como identificar isso na prática?
Preste atenção nas receitas
As receitas de determinada ação são a ponta de qualquer análise. Sem receita não há lucro e o objetivo final de qualquer empresa é sempre gerar o maior lucro possível. Ou seja, quanto maior for a receita, maior o potencial de lucro.
Procure investir em ações que ao longo dos anos conseguem crescer as suas receitas. Boas ações conseguem crescer a sua receita sem perder a eficiência ou comprimir as suas margens.
Veja o exemplo de Weg (WEGE3):
Imagem retirada do Status Invest
Perceba que ao longo dos anos a WEGE3 vem conseguindo entregar uma receita cada vez maior, o que consequentemente também aumentou o seu lucro líquido no mesmo período, característica primordial de uma boa ação:
Imagem retirada do Status Invest
Observe as margens da ação
De nada adianta aumentar a receita sem que a ação seja capaz de manter ou melhorar as suas margens. Por exemplo, se determinada empresa vendia 1.000 unidades de determinado produto a R$ 100 cada e no final obtinha um lucro de R$ 30 por unidade, lucrando no total R$ 30 mil (30×1000), de nada adianta passar a vender 1.500 unidades também por R$ 100 cada, mas obter um lucro de apenas R$ 15 por unidade, já que no final seu lucro será de apenas R$ 22,5 mil.
Perceba que no exemplo acima a empresa inicialmente possuía uma receita de R$ 100 mil que depois passou a ser de R$ 150 mil, no entanto, passou a lucrar menos mesmo arrecadando mais. Neste caso, a empresa diminuiu sua margem líquida, que antes era de 30% e depois passou a ser de apenas 15%. E isso não é interessante, já que no final o que importa é o lucro.
Veja as dívidas
Dívidas nem sempre são ruins. Determinadas empresas são capazes de se endividar mas gerar um retorno maior com sua atividade do que o custo de pagamento daquela dívida.
Porém, caso as dívidas saiam do controle, elas podem arruinar uma empresa e consequentemente trazer sérios prejuízos aos seus investidores.
Um aumento descontrolado da dívida de determinada ação aumenta o risco em se investir nela. O problema é que quanto maior o risco, maior será o desconto naquela ação, já que o mercado exigirá um prêmio de risco maior para se fazer aquele investimento.
Observe a maturidade da dívida da ação que pretende investir. Isto é, veja qual é o seu prazo de vencimento. As dívidas são de curto, médio ou longo prazo? Se as dívidas forem de curto prazo, a empresa terá caixa suficiente para honrar o seu pagamento? Se as dívidas forem de médio e longo prazo, a empresa possui capacidade de gerar caixa suficiente para ter o montante necessário no futuro? Essas são questões um pouco complicadas de se saber e exigem uma certa previsão do futuro, mas são essenciais para determinar o sucesso de um investimento, principalmente no longo prazo.
Como investir em ações?
Agora que você já conhece alguns passos para tomar para escolher boas ações para investir, a missão de investir na bolsa de valores ficou um pouco mais simples.
Mas não se engane, a avaliação de uma ação deve ser constante e realizada pelo menos a cada trimestre, já que as ações são organismos vivos e estão em constante evolução.
Se você ainda não se sente totalmente seguro mas deseja começar a investir em ações, convidamos a conhecer o Money Talks, um grupo voltado exclusivamente para investidores onde você poderá ter acesso à carteira pessoal dos administradores, assim como todo o racional fundamentalista e macroeconômico por trás de cada investimento.
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